1.10.2022

A BATALHA DE URUÇUMIRIM

O dia 20 de janeiro de 2022, feriado de São Sebastião, marca os 455 anos da batalha de Uruçumirim, que consolidou a fundação da cidade do Rio de Janeiro (ocorrida em 1º de março de 1565) e provocou a expulsão de franceses e seus aliados tupinambás (ou tamoios, que significam "os mais antigos, os avós").

                    Morte de Estácio de Sá

               Pintura de Antônio Parreiras

Os portugueses, comandados pelo governador Estácio de Sá e por seu tio, Mem de Sá, estavam situados na pequena faixa de terra compreendida entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, que hoje é a Praia de Fora e abrange a Fortaleza de São João. Ali, durante dois anos, eles foram atacados com frequência pelos índios aliados dos franceses em canoas que se aproximavam de forma soturna da pequena ocupação portuguesa. Um poderoso sistema de aldeias, que ia da foz do Rio Carioca, na atual Praia do Flamengo, se prolongava até o morro de Uruçumirim, hoje o morro da Glória. Havia também uma aldeia importante na Ilha da Maracajá, atual Ilha do Governador, que também já foi chamada de Paranapuan, entre outros nomes.

Como já se sabia que franceses e tupinambás estavam muito bem entrincheirados, tanto nas aldeias de Uruçumirim quando na Ilha de Maracajá, a expedição de combate foi preparada com muito cuidado. A esquadra contava com seis embarcações. O padre José de Anchieta, o Cacique Araribóia (comandando a tribo dos Temiminós) e outro sobrinho de Mem de Sá, Salvador Correia de Sá, também estavam presentes.
Ao amanhecer do dia 20 de janeiro, após uma missa comandada por Anchieta e o bispo D. Pedro Leitão, as tropas se dividiram em três, comandadas por Estácio de Sá e Gaspar Barbosa, que lutariam em Uruçumirim, e outra que lutaria na ilha de Maracajá comandada por Cristóvão de Barros. Com o reforço, os portugueses partiram para o combate. A batalha durou três dias, com muitos mortos e feridos de ambos os lados, entre os quais o próprio Estácio de Sá, atingido por uma flecha no rosto e que o fez sofrer durante um mês até a sua morte, em 20 de fevereiro, nas instalações portuguesas da Praia de Fora. O cacique tupinambá Aimberê também morreu na batalha e sua cabeça foi colocada numa estaca. A conquista da Ilha de Maracajá, também chamada de Paranapuan, entre outros nomes, também foi difícil. Outro que perdeu a vida foi Gaspar Barbosa, na batalha de Uruçumirim.
Os franceses e tupinambás sobreviventes ainda permaneceram em terras que iam da atual cidade de Niterói a Cabo Frio até 1575, quando foram dizimados a mando do governador Antônio Salema. Os portugueses iriam ocupar o hoje extinto Morro do Castelo. Em torno dele havia charcos, pântanos, lagos e mangues, um imenso desafio que os desbravadores da cidade iriam enfrentar ao longo dos séculos.

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