10.27.2016
CRÔNICA DO TREM
A vendedora entra no trem contando, meio revoltada, bem alto, que o sujeito pegou a sua pá emprestada e devolveu com outro cabo. "E ainda queria me cobrar dez reais, o desgraçado! Troca o cabo novinho da minha pá! Meu marido foi se meter e eu disse: não se mete não que o trato foi comigo!" Diante dos risos gerais, ela também começou a botar mais humor na história e ainda disse, apesar do forte sotaque nordestino, que era carioca. O vendedor que vinha atrás completou: "Ela é carioca da clara, da clara!" Depois, quando ela já estava mais na frente, ele ainda falou: "Ó, cuidado que eu chamo ela. Ela é braba. O marido dela que sabe!" Apesar da descontração que tomou conta do recinto, ficamos sem saber se o tal sujeito levou uma pazada na cabeça, com cabo trocado ou não.
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3 comentários:
Show !
Show. Crônicas remetem ao bons temposda literatura do Século XIX !
É verdade, João. Abraços.
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