No dia 1º de maio de 1911, foi lançada a pedra
fundamental da Vila Proletária de Marechal Hermes com a presença do presidente
da República e diversas autoridades, como os ministros do Interior, da Guerra,
da Agricultura, Fazenda, Viação, o prefeito Bento Ribeiro, o Chefe de Polícia e
representantes de vários movimentos operários "afinados" com o
governo, além de muitos políticos.
O presidente e sua comitiva saíram do Palácio do
Catete pouco antes das 13 horas em direção à Central do Brasil, onde um trem
especial os aguardava. O Marechal recebeu um telegrama do operariado da Gávea,
onde foi construída a Vila Orsina da Fonseca, saudando o presidente "pelo
lançamento da pedra fundamental da Villa operaria em Sapopemba, pedindo a sua
attenção e humanidade para o infeliz bairro, tão desprovido de casas para sua
morada". (O Paiz, 2/5/1911). Logo à saída do trem, no entanto, por pouco
não ocorre uma tragédia, pois o trem presidencial "quasi apanha uma mulher
que mais parecia ter procurado um meio fácil de acabar com a vida que parecia
descuidada. Um guarda-cancella, porém, atirou-se á frente do trem e salvou a
mulher". (O Paiz, 2/5/1911). O presidente viajava no carro-salão, na parte
da frente do trem, e mais tarde daria uma "medalha de distinção" ao
guarda.
Após 40 minutos de viagem, toda a comitiva desceu
na improvisada plataforma de trem, pois a estação ainda seria construída. Com
"ruidosa manifestação", segundo a imprensa da época, foram todos
conduzidos a um pavilhão no centro do terreno, onde foi assinada a ata de
comemoração e distribuídas medalhas douradas com o retrato do Marechal, além de
cartões-postais e reproduções da planta das edificações. Palmyro Pulchério,
então, recolheu uma das 24 André Luis Mansur duas vias da ata e a colocou em um
cofre de madeira, acompanhada de moedas brasileiras, jornais do dia, medalhas,
fotos e outros objetos. O cofre foi fechado com cimento pelo próprio Marechal
na pedra fundamental e o presidente fez um breve discurso, acompanhado em
seguida pelo prefeito Bento Ribeiro, que ressaltou que a vila a ser construída
ali deveria se chamar Marechal Hermes, afirmação reforçada pelo discurso, logo
em seguida, do jornalista Pinto Machado, dirigente de uma central operária.
Após um lanche no pavilhão, toda a comitiva voltou para a estação improvisada e
regressou à Central. Tanto na ida quanto na volta, a comitiva recebeu a
proteção da 52ª Companhia de Caçadores do Exército.
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