9.14.2019

MARECHAL HERMES - O INÍCIO DE TUDO


No dia 1º de maio de 1911, foi lançada a pedra fundamental da Vila Proletária de Marechal Hermes com a presença do presidente da República e diversas autoridades, como os ministros do Interior, da Guerra, da Agricultura, Fazenda, Viação, o prefeito Bento Ribeiro, o Chefe de Polícia e representantes de vários movimentos operários "afinados" com o governo, além de muitos políticos.


O presidente e sua comitiva saíram do Palácio do Catete pouco antes das 13 horas em direção à Central do Brasil, onde um trem especial os aguardava. O Marechal recebeu um telegrama do operariado da Gávea, onde foi construída a Vila Orsina da Fonseca, saudando o presidente "pelo lançamento da pedra fundamental da Villa operaria em Sapopemba, pedindo a sua attenção e humanidade para o infeliz bairro, tão desprovido de casas para sua morada". (O Paiz, 2/5/1911). Logo à saída do trem, no entanto, por pouco não ocorre uma tragédia, pois o trem presidencial "quasi apanha uma mulher que mais parecia ter procurado um meio fácil de acabar com a vida que parecia descuidada. Um guarda-cancella, porém, atirou-se á frente do trem e salvou a mulher". (O Paiz, 2/5/1911). O presidente viajava no carro-salão, na parte da frente do trem, e mais tarde daria uma "medalha de distinção" ao guarda.



Após 40 minutos de viagem, toda a comitiva desceu na improvisada plataforma de trem, pois a estação ainda seria construída. Com "ruidosa manifestação", segundo a imprensa da época, foram todos conduzidos a um pavilhão no centro do terreno, onde foi assinada a ata de comemoração e distribuídas medalhas douradas com o retrato do Marechal, além de cartões-postais e reproduções da planta das edificações. Palmyro Pulchério, então, recolheu uma das 24 André Luis Mansur duas vias da ata e a colocou em um cofre de madeira, acompanhada de moedas brasileiras, jornais do dia, medalhas, fotos e outros objetos. O cofre foi fechado com cimento pelo próprio Marechal na pedra fundamental e o presidente fez um breve discurso, acompanhado em seguida pelo prefeito Bento Ribeiro, que ressaltou que a vila a ser construída ali deveria se chamar Marechal Hermes, afirmação reforçada pelo discurso, logo em seguida, do jornalista Pinto Machado, dirigente de uma central operária. Após um lanche no pavilhão, toda a comitiva voltou para a estação improvisada e regressou à Central. Tanto na ida quanto na volta, a comitiva recebeu a proteção da 52ª Companhia de Caçadores do Exército.

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